domingo, 5 de abril de 2009

Pr ‘outro Lado


Nasceu só de mãe e a noite era de luar sutil. Tinha um olhar de meias palavras e uma boca de grandes pontos de vista.
Crescera junto aos meninos de perto de casa e terminara o colegial sem si dedicar muito, de fato, nunca si dedicara muito a nada, e quase sempre chorava de rir de quem sabia pra quem si dedicar.
Um dia o tempo lhe veio visitar e assim muitos anos se passaram, tantos que até perdera a conta.
Mas naquela tarde estava especialmente diferente, tinha um ‘não-sei-explicar-o-que’ no olhar que lhe dava um ar de decisão, lembrava um olhar de sonhador, mas era um pouco mais sóbrio... Oscilava entre ser e querer e vacilava com o tato nos portões da rua até chegar em casa, quando não, carregava um graveto pra cumprir essa difícil tarefa depois que ouvira a história da menina que perdeu um braço por não ter lido a placa “cuidado com o cão”... Tentava um silvo breve, mas seus lábios tinham o peso do beijo, só praticava o ar...
Naquela tarde fez as malas com água nos olhos e partiu pro mundo antes do sol se por... sem dar explicação decidiu ser feliz, como se ali fosse um ambiente onde a felicidade não punha os pés, foi caçá-la como bicho, que se caça... dizem que encontrou lá pras bandas do Baixo Amazonas, e que até aprendeu a assubiar!

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